Sábado, 26 de Julho de 2025

Recorde no Tesouro Direto: Vendas de Junho Impulsionadas por Juros e Inflação

Investidores buscam proteção e rentabilidade em títulos indexados à Selic e ao IPCA.

25/07/2025 às 18:56
Por: Redação

Vendas do Tesouro Direto Batem Recorde em Junho

As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet alcançaram um novo recorde para meses de junho, totalizando R$ 5,77 bilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional.

Embora o valor represente uma queda de 15,91% em relação a maio (R$ 6,86 bilhões), supera em 1,48% o desempenho de junho do ano anterior.

Títulos Mais Procurados

Os títulos indexados à taxa básica de juros (Selic) lideraram a preferência dos investidores, respondendo por 55,9% das vendas. Os papéis atrelados à inflação (IPCA) corresponderam a 24,5%, enquanto os prefixados somaram 11,6%.

O Tesouro Renda+, destinado ao financiamento de aposentadorias, representou 6,2% das vendas. Já o Tesouro Educa+, criado para incentivar a poupança para o ensino superior, atraiu 1,8% das vendas.

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O interesse pelos títulos indexados à Selic se justifica pelo patamar elevado da taxa, atualmente em 10,5% ao ano. A expectativa de novas altas impulsiona a procura por esses papéis. A busca por títulos atrelados à inflação reflete a preocupação dos investidores com o aumento do IPCA nos próximos meses.

Estoque e Investidores

O estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 180,35 bilhões no final de junho, um aumento de 2,41% em relação a maio (R$ 176,11 bilhões) e de 25,95% em relação a junho do ano passado (R$ 143,19 bilhões). Esse crescimento é resultado da correção dos juros e do fato de que as vendas superaram os resgates em R$ 2,84 bilhões.

O programa Tesouro Direto atraiu 240.498 novos investidores em junho, elevando o número total para 32.735.353. Nos últimos 12 meses, o total de investidores acumula alta de 14,3%. A soma de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 3.044.288, aumento de 13% em 12 meses.

A participação de pequenos investidores é evidente no grande número de vendas de até R$ 5 mil, que representaram 80,5% do total de 766.019 operações em junho. As aplicações de até R$ 1 mil corresponderam a 57,1%. O valor médio por operação atingiu R$ 7.528,22.

Os investidores têm preferido títulos de curto prazo. As vendas de títulos com vencimento em até cinco anos representam 40,8% do total, enquanto as operações com prazo entre cinco e dez anos correspondem a 42,6%. Os papéis com prazo superior a dez anos representaram 16,6% das vendas.

O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.

O que é o Tesouro Direto?

Criado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto democratizou o acesso a títulos públicos, permitindo que pessoas físicas os adquiram diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a necessidade de intermediários financeiros.

O investidor precisa apenas pagar uma taxa à B3 (Bolsa de Valores), descontada nas movimentações dos títulos. Mais informações podem ser encontradas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas de o governo captar recursos para pagar dívidas e cumprir compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional, que pode variar de acordo com a taxa Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente para os títulos prefixados.