Quarta, 05 de Novembro de 2025

Deserto do Saara Pode Testemunhar Aumento Significativo de Chuvas

Estudo prevê transformações climáticas profundas com impactos globais nos padrões de precipitação.

04/11/2025 às 20:32
Por: Redação
Um dos ambientes mais áridos do mundo, o Deserto do Saara, localizado na África, poderá vivenciar transformações climáticas notáveis nas próximas décadas. Pesquisa conduzida pela Universidade de Illinois, em Chicago, sugere que as temperaturas globais em elevação poderão resultar em um aumento de até 75% na precipitação anual na região até a segunda metade do século 21. Enquanto atualmente o Saara recebe cerca de 7,6 centímetros de chuva por ano, o estudo indica uma intensificação das chuvas, alterando completamente a paisagem do local. O estudo, publicado na revista *npj Climate and Atmospheric Science*, aponta que fenômenos semelhantes poderiam ocorrer no sudeste e no centro-sul do continente africano sob cenários de clima extremo. Conforme explicado por Thierry Ndetatsin Taguela, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Illinois, esse aumento nos padrões de chuva poderá afetar bilhões de pessoas tanto no continente africano quanto fora dele, exigindo estratégias imediatas para lidar com enchentes e para adaptar práticas agrícolas. Para realizar a pesquisa, Taguela e sua equipe empregaram um conjunto de 40 modelos climáticos para simular as condições de chuva durante os meses de verão no continente africano, entre os anos de 2050 e 2099, comparando com os dados históricos de 1965 a 2014. Dois cenários climáticos foram considerados: um de emissões moderadas e outro de emissões altas de gases de efeito estufa. A previsão, em ambos os casos, foi um aumento nas chuvas em grande parte da África até o final do século. No entanto, a magnitude das mudanças variou por região: o Saara experimentaria o maior aumento, enquanto o sudeste da África poderia ver um acréscimo de cerca de 25% nas precipitações, e o centro-sul, cerca de 17%. Em contraste, o sudoeste do continente deve se tornar mais seco, com uma redução de precipitação de cerca de 5%. Além disso, o aumento das chuvas no Saara se vincularia ao aquecimento atmosférico, já que temperaturas mais altas aumentam a capacidade do ar em reter umidade, intensificando precipitações em determinadas regiões. Taguela salientou que mudanças nos padrões de circulação atmosférica também desempenham um papel essencial, afetando onde e como a chuva é distribuída. Compreender essas dinâmicas é crucial para desenvolver estratégias de adaptação a futuros mais úmidos ou secos.

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