Quarta, 30 de Abril de 2025
Um caso de agressão contra uma criança de 6 anos com suspeita de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) mobilizou a Escola Municipal Nagen Jorge Saad, no Jardim Tijuca, em Campo Grande. O pai da criança, um marmorista de 48 anos, registrou ocorrência na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) nesta segunda-feira (28), relatando que seu filho teria levado um tapa no rosto de uma professora na última sexta-feira (25).
De acordo com o relato do pai, o menino que cursa o 1º ano do ensino fundamental está em processo de investigação para diagnóstico de TDAH e faz tratamento psiquiátrico há três anos, incluindo uso de medicação controlada. O pai explicou que a criança tem dificuldade em permanecer na sala de aula, apresentando comportamento de sair correndo do ambiente.
O incidente teria ocorrido quando o estudante deixou a sala de aula e foi conduzido para a sala de recursos, espaço onde normalmente desenvolve atividades específicas para seu acalmar. Na ocasião, a criança teria se recusado a permanecer no local e agredido fisicamente a educadora, que em resposta teria aplicado um tapa no rosto do aluno. A professora ainda teria feito comentários sobre seu temperamento forte, comparando o comportamento do menino com o de sua própria filha e ameaçando aplicar novos castigos caso o episódio se repetisse.
O pai da criança afirmou que a escola tentou contatá-lo várias vezes durante o horário de trabalho, mas que só tomou conhecimento das ligações quando foi buscar o filho por volta das 11h. Na ocasião, encontrou o menino chorando e apontando para o rosto, enquanto a professora, visivelmente alterada, questionava se ele considerava normal uma criança daquela idade morder e bater em outras pessoas.
Testemunhas relataram que uma funcionária da instituição tentou sem sucesso acalmar a professora. O diretor da unidade escolar convocou os envolvidos para registrar os fatos em documento oficial, acionando a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para mediar o conflito e acompanhar as partes envolvidas até a delegacia.
Inicialmente relutante em formalizar a denúncia, o pai mudou de decisão após refletir sobre o ocorrido durante o final de semana, motivado principalmente pelos pesadelos que a criança começou a ter após o episódio. O homem destacou que o espaço onde ocorreu o incidente não possui sistema de monitoramento por câmeras, o que dificulta a comprovação dos fatos. Apesar da gravidade do ocorrido, o pai afirmou que não pretende transferir o filho da instituição.
A Secretaria Municipal de Educação emitiu nota informando que o caso foi encaminhado à delegacia especializada após a mediação da GCM. O comunicado reforçou o compromisso da pasta com o respeito, a segurança e o acolhimento de toda a comunidade escolar, garantindo acompanhamento do caso e suporte necessário a todas as partes envolvidas.